Empresa italiana registra o nome Jesus como marca de roupa e causa alvoroço nos Estados Unidos
Jesus se tornou marca de roupas e usá-la sem autorização pode render processo nos Estados Unidos.
A notícia divulgada pelo conceituado jornal Wall Street Journal
refere-se a uma empresa italiana de vestuário que anos atrás registrou o
nome “Jesus” como marca e lançou uma linha conhecida como Jesus Jeans, que usa como slogan a frase “Chi mi ama, mi segua”, que numa tradução livre, pode ser interpretada como “Se me ama, me siga”.
Em
2007, a empresa registrou a patente também nos Estados Unidos, e desde
então, advogados da empresa tem solicitado que outras empresas que
lançam roupas com o nome de Jesus retirem seus produtos de circulação.
De acordo com informações do Christian Post,
os advogados da Jeans Jesus afirmam estarem apenas tentando proteger o
valor de sua propriedade: “Se alguém – pequena igreja ou até mesmo uma
grande igreja – quiser usar ‘Jesus’ para a impressão de algumas
camisetas, não me importo”, disse Domenico Sindico, conselheiro geral da
empresa BasicNet, detentora da marca Jesus Jeans.
Um empresário chamado MJ Anton, fundador da Jesus Surfed Apparel
Company, empresa que comercializava produtos da marca “Jesus Surfed” (em
tradução livre, Jesus Surfou – uma alusão ao fato d’Ele ter andado
sobre as águas) teve que retirar seus produtos de circulação após
intimação dos advogados: “Quando eu descobri que alguém tinha a marca
registrada do nome de Jesus eu entrei em estado de choque”, afirmou.
A empresa detentora da marca Jeans Jesus tem tentado obter o registro
em outros país, mas por enquanto não tem tido sucesso. China,
Austrália, Turquia, Noruega, Suíça e Cuba estão entre os países que se
negaram a aceitar a patente do nome de Jesus para a empresa.
No Brasil aconteceu algo semelhante durante os anos 1990, quando a
Fundação Renascer, ligada à Igreja Renascer em Cristo, registrou o termo
“gospel” como marca, e durante os anos seguintes, passou a exigir que
diversas empresas que utilizavam essa palavra, a retirassem de seus
produtos ou mesmo nomes.
A Fundação Renascer no entanto, tornou-se alvo do Ministério Público a partir de 2008, quando solicitou à Justiça o bloqueio de bens da fundação e do então bispo-primaz da Igreja Renascer, José Bruno.
Em 2010, a Justiça determinou o fechamento da entidade
por indícios de formação de uma organização criminosa, e em 2012
decidiu que a então presidente da fundação, bispa Sonia Hernandes, devolvesse uma quantia de aproximadamente R$ 785 mil ao Ministério da Educação.
Toda essa ação do Ministério Público resultou num segundo processo,
em que Estevam e Sonia Hernandes eram acusados de lavagem de dinheiro.
Porém, o Supremo Tribunal Federal extinguiu a ação por unanimidade, por não haver no Código Penal a tipificação de crime “organização criminosa”.